O que o caso "joshua harris" tem a nos ensinar?

    o caso Joshua Harris" diz respeito aos ultimos acontecimentos relativos ao divórcio e posterior comunicação aonde ele diz não ser mais cristão, pedindo até desculpas para o ativismo gay pelas palavras que ele dava sobre sexualidade e afins.
O caso "
     Pessoalmente nunca fui muito simpático a seus conteúdos, ja li alguns textos, mas facilmente identifiquei em seus escritos um viés de legalismo muito claro, mas não é por isso que vou me alegrar com tal situação e comemorar, pois mesmo que ele em quase todas as vezes não tenha pregado o evangelho de jesus, mas sim moralismos, é uma pessoa que pode ter feito isso por engano. Fato é que ele construiu sua fama em cima de legalismo na área de comportamento, sexo, namoro, etc.
     Essa triste situação tem muito a nos ensinar, primeiro sobre a questão da vigilância, pois ninguém é imune a tais situações. O mais "forte" pode ser envolvido e derrubado, por isso devemos olhar tal fato com humildade, simplicidade, com os pés muito bem fincados no chão da nossa fraqueza e vulnerabilidade. O segundo grande ensino que esses fatos me trouxeram, e é neles que desejaria me deter mais, é que essas pregações morais, ensinos de bons costumes, em que as pessoas costumeiramente tentam chamar de evangelho são verdadeiros "tiros no pé" em termos de espiritualidade, pois ninguém consegue manter por um longo prazo posturas extremadas e que não são espontâneas e naturais, ou seja, ninguém consegue simular por tanto tempo uma conduta que não condiz com a verdade e sinceridade do coração.
     Um provérbio de Salomão diz: " Quem faz alta sua própria porta facilita sua própria queda", por isso quem constrói e prega padrões de comportamento "muito alto" além de oprimir outros com culpa e medo acaba por ele mesmo não conseguir levar até o fim suas próprias concepções. Se uma pessoa em sua vida e caminhada particular decide por esse ou aquele voto, compromisso, ou estilo de vida, não há nada que a condene, mas quando essa pessoa ensina aquilo e dá um apelido de evangelho, construindo até uma fama, sendo referência naquilo, torna-se algo doentio, perverso, e o fim disso é a ruína como estamos infelizmente vendo. Portanto ele atraiu a ruina para si. Ao invés de caminhar na sabedoria e entendimento do evangelho, ao invés de ter auto conhecimento e ai sim poder ter parâmetros saudáveis e sustentáveis, ele escolheu ir por caminhos que aparentam sabedoria, mas não tem poder nenhum contra a sensualidade.
     Ele foi pelo caminho das exterioridades sem nenhum valor ético, ele foi pelo caminho da disciplina física e dos rigores legalistas que são mais agradáveis e bonitos, porém sem nenhum sentido. O caminho de Jesus é o caminho da vida, é o caminho da reflexão. fica a dica para não ouvirmos mais pregações dessa tipo, que só vendem livros e mais nada.

noticia sobre o seu divórcio

Joshua Harris diz: "não sou mais cristão"

Discrição: uma virtude perdida!


Não gosto de direcionar minhas reflexões para grupos específicos, separando por qualquer tipo de característica, mas hoje desejo me dirigir fazendo uma distinção de gênero, podendo assim refletir sobre questões do universo masculino. Quero tratar de algumas das qualidades que considero da maior importância para qualquer pessoa, mas especificamente do homem, ou de líderes eficazes e sábios, que buscam sair dos lugares comuns e partir para a profundidade.
     O homem deve buscar o anonimato, deve cultivar o ser discreto, e nenhuma dessas qualidades que quero tratar deve ser confundida com passividade, omissão, falta de iniciativa, pelo contrário, o homem que prefere o anonimato é reservado, prudente, e se preserva, justamente para que nos momentos em que discernir ser necessário uma intervenção sua, seja por atitudes, palavras, ou mesmo pelas não palavras, consiga ser eficaz e possa contribuir. Cada homem é como um rei, cujas palavras não voltam, cujas atitudes são sempre tomadas de maneira refletida, cujo silêncio também significa muito. Não cabe a um Rei aparecer sempre, não cabe a um rei abusar de seu posicionamento de liderança natural e cansar as pessoas com palavras, gestos, com a sua própria imagem, sendo vaidoso, não permitindo com que as pessoas de valor ao seu redor também demonstrem seu valor. Não existe um rei sem pessoas e sem um povo valoroso pra ser guiado, porém um rei muito interventor cansa.
     Homens são muito importantes para o processo da igreja local como um todo. A coisa mais triste que existe é ver homens que não tem nenhuma relevância no tecido da igreja, com isso não estou falando de homens tímidos, porque estes podem ser "Reis" dentro da igreja, sendo respeitados, fazendo diferença mesmo com um temperamento menos "barulhento". Falo de homens que apesar de espaçosos dentro do grupo social chamado "igreja", são pouco ou nada efetivos. Homens que fazem muita auto referência, fazem questão de serem notados por qualquer coisa, e querem estar sempre em evidência, temendo cair no esquecimento. Atitudes como essas revelam fraqueza, e também muitas vezes uma competitividade desnecessária, pois a igreja não é uma arena, ou um terreiro aonde um "galo" só manda, no grupo "igreja" a regra é a solidariedade e generosidade com os naturalmente menos visíveis.
     Dentro de qualquer grupo haverá indivíduos que se destacarão dentre a maioria, isso é super natural. Numa sociedade de guerreiros, por exemplo, as pessoas vão se destacar pelas habilidades de um guerreiro e pela coragem nas batalhas. Num grupo cuja regra é resultados financeiros o indíviduo que mais apresentar bons resultados numéricos com certeza será o cara mais destacado. Dentro da convivência na igreja já existe naturalmente uma proeminência natural e um posicionamento de destaque a homens, pois biblicamente é dado o governo dela a eles, e mesmo dentre estes se destacarão os que possuírem habilidades relacionadas a pregação, ensino, louvor, ou seja, aqueles tipo de atividades que os darão destaque e evidência, repito, isso é natural, no entanto aqueles que já tem um posicionamento natural de destaque no "grupo igreja" deve aproveitar para ainda mais imergir-se numa atitude de discrição, o mais anônima possível, aonde ele possa se "prudenciar", se reservar, e "sumir", preferindo sempre ficar na retaguarda das pessoas, ao invés de tanto aparecer que ninguém mais aguente olhar pra cara dele. É abusivo um homem que tem uma condição natural dada por Deus de protagonismo, ao invés de permitir que nossas irmãs mulheres, e também nossos irmãos menos "destacados" falem, intervenham, apareçam sem relevância alguma, tirando deles única oportunidade que eles tem de se sentirem mais parte do todo da igreja, e darem suas importantes contribuições, somando com seus dons e talentos, nem tão visíveis, mas igualmente fundamentais.           
      Esse tipo de percepção gera mais solidariedade e generosidade ao convívio, atenuando a sensação de crueldade que existe dentro de um processo em que naturalmente alguns obterão maior destaque que outros, sendo que estes outros são tão importantes do que esses poucos. Cabe a min, já que me entendo por homem líder, com um posicionamento natural, exercer influência da maneira mais anônima possível, proporcionando espaços a essas pessoas, fazendo com que todos sejam mais, que façam mais, e que elas façam por si mesmas e digam: " tudo aconteceu naturalmente". Isso é o "suportai-vos uns aos outros" que o Apóstolo Paulo narra em suas cartas, que também nos remete ao "preferir em honra uns aos outros", que também nos remete ao "considerai vós superiores uns aos outros". Acredito que todo o grupo que existir homens que entendam isso, serão fortes, eficazes, e grandes.

Que Deus nos ajude a ser assim.

Paulo Gustavo

O que um cristão pode falar sobre "joão de Deus"?

   
Gostaria de ter escrito esse texto no tempo em que vivíamos a perplexidade sobre o caso do médium "João de Deus", pois foi esse caso que me despertou a reflexão, que na verdade ja vinha fazendo ao longo da caminhada. Vinha pensando sobre como essas coisas estão tão ligadas umas as outras, mesmo parecendo áreas distantes.
      A primeira coisa que eu conclui ao pensar sobre esses temas é que todas as relações humanas tem um grau maior ou menor de eroticidade, ou seja, eroticidade não é apenas relativo a sexo propriamente dito, um ato fisico, mas sim a expressões, gestos, acenos com uma carga de libido. A tal libido presente em nós, influencia  muitas das nossas expressões, visões, e estilo. A testoterona no caso do homem, e a progesteroma no caso da mulher em grandíssima parte molda caráter, influencia nossa postura e atitudes. Freud contribuiu muito sobre isso. Não que eu concorde com ele em tudo, até porque ele partia de uma visão que não considera Deus, mas ele esbarra muito bem na verdade quanto a esta análise que ele faz do humano e suas pulsões eróticas.
      A segunda coisa a ser dita ainda sobre o "eros" é que uma realização sexual concreta e boa é essencial para o equilíbrio, crescimento, e desenvolvimento humano, negar isso é perigoso, subestimar a importância da sexualidade para o ser humano é o caminho para a infelicidade e desgraças humanas de toda ordem.
     Concluo também que "religião" (no sentido de religar com Deus) é também algo que faz parte da constituição do homem, tão essencial quanto o coração é para o funcionamento do corpo, a religião é para o humano, como um verdadeiro órgão, sem o qual você morre. Negar o divino e o transcendente é a verdadeira morte e o mundo está experimentando isso no secularismo/humanismo. Não existe sanidade fora de Deus, apenas loucura. 
      Este último, o poder, seja financeiro, político, ou religioso, como é o caso que me inspirou nesse texto,  é o que mais gostamos, ou seja, tendo a pensar que gostamos em geral mais de poder do que sexo. O tesão de influenciar, de ser alguma referência, o prazer de ser ouvido, respeitado, e muitas vezes temido, é bem maior do que o prazer sexual. Isso são teorias minhas, não estou baseado estatísticamente para afirmar.
       O caso em tela (os abusos praticados pelo médium João de Deus) apesar de nos entristecer e nos colocar em perplexidade, não me choca tanto pelo fato de que estes elementos que citei fazem parte da natureza dessas relações. Historicamente, desde sempre, a mulher sempre foi mais religiosa que nós homens, elas que sempre oraram por nós, elas que sempre pedem pelos filhos, elas que sofrem maior vulnerabilidade social, emocional, e existencial. Salvo alguns poucos casos, todas as maiores lideranças de todas as religiões são masculinas, os mártires, os personagens bíblicos principais, os fundadores das religiões são homens. Para o bem ou para o mal, o ser masculino esteve sempre em maior posicionamento de poder econômico, força física, político, etc. Não há como negar que em tudo isso está envolvido um forte componente erótico.
       Todo o ambiente religioso, cristão ou não, que se baseie no poder de um homem só, protagonista, que detém ele sozinho a cura, a revelação, a mensagem, deve ser evitado por todos, principalmente por mulheres vulneráveis e desprotegidas, pois as chances de existir todo o tipo de abuso, principalmente sexual, é muito grande. O poder faz com que o homem experimente a sensação de ser inatingível, intocável, invulnerável, e essa sensação é uma das mais entorpecentes que podem existir, e uma dos mais venenosas. A grande oferta que Satanás fez pra Adão foi a de ser igual a Deus, conhecer o bem e o mal, usurpar uma prerrogativa e poder Exclusivamente divinos, por isso digo poder é algo que não se deve brincar, mas vigiar, pois a linha do abuso é tênue.
       A lição do evangelho em jesus, é a de se despir do poder e dar a vida, Ele abriu mão da natureza e prerrogativa divina pra ser homem e servir sacrificando a vida. E os falsos poderes religiosos e políticos de sua Época se incomodaram a ponto de o submeterem a um julgamento e condenação de criminoso. No evangelho, nós devemos aproveitar o protagonismo, a proeminência, a hegemonia, para desaparecer, para servir, para usar de generosidade, e para considerar os outros em superioridade. Essa é a minha reflexão hoje, que continuemos a aprender a servir como jesus nos serviu.