Deus em questão: queremos Deus ou um super homem?

Fui ao Cinema ver um dos filmes mais esperados nesse ano e não me arrependi, e nem senti como se tivesse perdido meu tempo. A história é sensacional, bem como todos os recursos tecnológicos do filme em 3D quase que nos fazendo assistir de dentro das cenas que eram passadas. Para quem via aquelas montagens do Superman dos anos 70 quando era criança isso significa muito. A minha primeira palavra sobre o filme é elogiar a produção e o roteiro muito bom. Dito isto gostaria de pontuar nesse texto aquilo que só um teólogo pode perceber quando vai no cinema ver um filme que não tem diretamente nenhuma relação com a teologia em si, mas que se percebe nas entrelinhas, na linguagem, nas subjetividades do filme, na cosmovisão e questionamentos apresentados nos diálogos entre os personagens.
     Para quem está por dentro do debate moderno sobre Deus, não é de se surpreender, hoje as pessoas tem presunçosamente "enquadrado" Deus dentro de seus questionamentos, o homem está no centro e Deus está de lado assentado não no trono, mas no banco dos réus, sendo inquirido por esse século, tendo sua bondade questionada, sua soberania, e sua complexidade ignorada. Fico pensando, eu estou lá meio que "imune" por já conhecer os "esquemas culturais modernos", mas outros tantos passa sem ninguém notar. Em muitos diálogos Deus era colocado em questão por eles, principalmente no caso do vilão "lex luthor" falando com o Superman, achei interessante quando ele falava que Deus não estava lá para "salvá-lo" das loucuras de seu pai, ou seja, questionar Deus quando ele não age da maneira esperada, dizendo ou que ele não existe, ou fazendo um papel de mimado. Muitas vezes sem perceber também podemos agir assim com Deus esperando dele algo que ele em nenhum lugar prometeu, mas que você acha que ele é obrigado a fazer, porque ele é bom, como se a bondade dele pudesse ser questionada se não fizer. 
     Querendo ou não, ao mesmo tempo que estamos vivendo um tempo bem religioso, por outro lado vivemos um "desencantamento mundial" com Deus. As tragédias que se dão naturais ou não logo rapidamente suscitam o debate sobre "aonde está Deus", "Deus é justo por permitir isso ou aquilo?", coisas do tipo que refletem o ceticismo moderno, que ao mesmo busca a Deus, porém quando encontra um ser complexo, soberano, bom, ao mesmo tempo que se ira, não consegue aguentar e mergulha no nada e na descrença quase absoluta. 
     Existem outros debates nesse filme interessante também por esse lado filosófico, mas gostaria de ficar por aqui com isso que mais me saltou aos olhos quando vi o filme. Meu pedido a Deus é que estejamos melhores preparados para lidar com os temas e assim poder ajudar mais as pessoas com o evangelho.