Olá Leitor, Gostaria de tratar nesse texto de uma confusão muito comum e que tem consequências grandes na nossa caminhada, pois é muito comum confundir funções na igreja local com ministérios, isso acaba paganizando o Reino de Deus no sentido de que as pessoas atribuem importância espiritual para uma e outra função, ou mesmo acabam idolatrando o tal cargo na chamada "igreja", lembrando que a palavra igreja deveria estar no nosso vocabulário significando nós mesmos enquanto filhos de Deus redimidos por Cristo.
A origem desse tipo de confusão está em uma cultura
grande de títulos que existem na esmagadora maioria das igrejas evangélicas, é
bem comum em uma conversa informal nós perguntarmos sobre o que uma pessoa faz
na "igreja" e ela responder coisas do tipo: Ministério de louvor,
diácono, etc. As pessoas dentro das comunidades são incluídas não pela comunhão
e bom relacionamentos e crescimento, mas pelos títulos, hoje em dia é muito
comum ver um novo cristão com 1 ano de caminhada ser incluído em setores da
comunidade local e já se diz daquela pessoa que ela está firme e consolidada
como cristã, ou seja a pessoa é incluída com alguma titularidade, Logo as
pessoas associarão Ministérios a Cargos, uma coisa e outra são na maioria das
vezes diferentes. Vou tentar trazer o básico de uma explicação prática aonde
saibamos fazer essa diferenciação.
Sem entrar no mérito teológico da palavra grega e de
como é na bíblia, Ministério só tem a ver com a nossa vida, somos nós mesmos,
independente do lugar, é quando usamos tudo que somos ou temos para de alguma
forma ajudar, dar testemunho do evangelho, ou seja tudo que é feito pra Deus.
Até nossa profissão é Ministério, podemos fazer muito pelo Reino de Deus como
padeiro, pedreiro,etc. Como podemos ser úteis ao Reino em profissões que não
tem relação direta com a "igreja" ? sendo éticos, sendo excelentes
profissionais, sendo pessoas generosas em seus ambientes de trabalhos,
procurando dar alcance a ele cada vez maior, em fim... A vida cristã ela tem
toda essa abrangência.. a nossa vida é o ministério..
Cargos na "igreja" são apenas
funções eclesiásticas que visam a organização dos trabalhos e que eles
aconteçam para glória de Deus, alguém que cuida das finanças, do louvor, da
limpeza, e de tantas outras demandas de uma igreja local não necessariamente
tem o dom para aquilo ou o chamado de Deus para atuar naquelas funções,
mas cumprem esse papel de acordo com a necessidade da igreja, é um meio de a
pessoa também se sentir inclusa na comunidade, mas jamais pode ser a tábua de
salvação da pessoa em que ela não estando mais naquela função perde sua
importância ou legitimidade no Reino.
Podemos eventualmente deixar as funções
numa igreja, mas nunca perderemos nossos dons e nosso ministério, pois como eu
disse ministério é a própria vida daquele que foi redimido, não é muito raro
ver pessoas se sentindo mau ou humilhadas perante a comunidade por não estarem
mais nas suas funções, como se aquilo fosse de fato determinante no Reino de
Deus. A espiritualidade dos títulos gera essa idolatria por posições na chamada
"igreja" aonde a pessoa fica até fraca na fé se não estiver mais
cantando no louvor, ou se não estiver mais no teatro, alguns até perdem a
motivação de estar na "igreja" porque não possuem mais cargos, como
se o cargo fosse de fato a unica motivação.
Devemos pensar com as categorias do Reino de Deus e
não de igreja-local, se pensarmos como podemos ser uteis no Reino, seremos
benção aonde estivermos, se vermos que nós mesmos somos o ministério cuidaremos
para não idolatrar funções na igreja, muita vezes a função ou o cargo estraga a
vida ministerial de alguém que iria muito bem se soubesse que o Reino de Deus
está não fora, mas dentro do homem, as pessoas deveriam colocar em seus
corações que se sua função na igreja atrapalha o seu caráter e desenvolvimento
como servo de Deus aquilo está sendo pedra e deveria ser arrancado como um olho
ou uma mão que te faz pecar, nossa relação com cargos deve ser de uso dele, ou
seja, um meio como qualquer outro meio aonde eu busco ajudar a cooperar no
Reino, mas nunca o único.
O ensino correto produz libertação, aonde a pessoa pode ser
o Reino aonde ela pisar, mesmo não possuindo capacidades de boa fala ou cantar
bem, podemos ver que tudo em nós pode ser útil para ajudar pessoas, consolar,
alegrar, nem que seja com um sorriso ou abraço. Limitar a obra de Deus apenas
ao que acontece numa igreja-local é tornar o Reino de Jesus num Reino religioso
de horas marcadas e funções determinadas, Jesus disse: " O reino de Deus está
no Homem".
Paulo Gustavo
Paulo Gustavo
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