Uma das grandes
discussões nos círculos teológicos é entender a questão da diferença entre
pecado e pecado, nós vemos na bíblia que o evangelista João fala que há pecado
que é para a morte (1João 05:16), começando então desse verso cria-se toda uma
tentativa de se estabelecer uma hierarquia de pecados que pode se tornar uma
hipocrisia como a dos fariseus que conforme as palavras de Jesus "engoliam
mosquito e coavam camelo", ou mesmo uma tentativa de guardar um 'sábado'
que não corresponde com o mandamento maior que é o amor a Deus e ao semelhante,
nós teólogos modernos temos criados uma espécie de "sábados" de
várias qualidades, dogmas tão duros em nome de uma ortodoxia que não gera
liberdade e vida.
Em toda a história da revelação começando pelo Gênesis
nós vemos Deus tratar com o homem depois da queda sempre de forma pastoral e
relacional e muito menos dogmática, assim a justiça de Deus emanava de
uma forma que o pecador tivesse consciência dos seus erros e sofresse as
conseqüências, porém com espaço largo para o arrependimento e restauração do
seu caminho. por Questão de peso e quantidade de pecados ele não chamaria
Abraão, pois sabia de seus problemas morais, o PAI DA FÉ errou feio quando quis
coabitar com Hagar, sua escrava, para gerar filho, nós chamaríamos isso de
adultério (Gênesis 16:2), errou também quando mentiu a respeito do seu
compromisso com Sara (Gênesis 20:2 ), em fim, temos ai erros que nós julgamos
como pesado dentro do que entendemos ser cristianismo.
Por questão de mais pecados o escolhido não seria Jacó o enganador, o que
mentiu para roubar o direito de seu irmão (Gênesis 26), mas seria Esaú que era
o primogênito. Dando um salto na história bíblia nós podemos comparar Saul e
Davi, e se analisarmos friamente, Saul não cometeu tantos erros como Davi e nem
tão pesados, O grande rei Davi além de adulterar conscientemente, Matou Urias,
um fiel soldado marido legitimo de bate-seba de uma forma bastante covarde para
tentar encobrir seus erros.
Tenho Utilizado somente esses exemplos entre muitos que poderia tirar das
escrituras para falar que a questão do pecado está muito mais ligada a uma
disposição de rebeldia no coração do que uma ação exterior em si que também não
deixa de ser pecado, mas faz parte da questão humana em si. Saul era rebelde
com ou sem pecados que pudéssemos ver, e Davi era quebrantado por mais que
pudéssemos vê-lo pecando. Pedro negou 3 vezes, e Judas negou uma o traindo, os
dois traíram, mas o tratamento foi diferente, O rebelde ao nosso olhar não
seria Judas. Portanto Nós temos apenas que nos solidarizar com a miséria e
fraqueza um do outro, pastorearmos uns aos outros, e esperar que Deus aplique a
sua justiça, não podemos ocupar o lugar de Deus. A nossa noção de pecado não
pode se deter a exterioridades, pecado é muito mais intenção e vida, do que
mera ação exterior e visível.
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