Olá Leitores! Nesse momento Gostaria de continuar a série de reflexões
sobre os jargões do mundo evangélico e analisar o que teria de verdade e de
evangelho em tais expressões da cultura religiosa, na nossa meditação anterior
refletimos sobre O que é "sentir a presença" de Deus? Sendo
essa também uma preciosa viagem aonde aprendemos o sentido dessa expressão.
Hoje Gostaria de trabalhar com essa
expressão "Esperar no Senhor". Essa fala é muito usada em todas
as esferas da vida para expressar que você estaria na expectativa de acontecer
algo que você pleiteia ou busca, seja um namorado, um emprego, uma questão na
vida qualquer, porém nesse texto gostaria de refletir sobre sua aplicação na
vida dos jovens na área de relacionamentos, porque até um movimento chamado
"Eu escolhi esperar" tem tido grande "sucesso" na
propagação de idéias que reforçam o jargão do "esperar" e só essa
fala tem "doutrinado" muitos jovens com um tipo de espiritualidade
meritória e legalista com base no ato de se "esperar".
Antes de
tudo gostaria de colar um texto aqui que vai nos servir de Base:
At 16:6 Paulo e seus companheiros
viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito
Santo de pregar a palavra na província da Ásia.
At 16:7 Quando chegaram à fronteira da
Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu.
At 16:8 Então, contornaram a Mísia e
desceram a Trôade.
At 16:9 Durante a noite Paulo teve uma
visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe suplicava: "Passe
à Macedônia e ajude-nos".
At 16:10 Depois que Paulo teve essa visão,
preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus
nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho.
Nos versos acima temos Paulo em viagem
missionária tentando viajar para uma e outra cidade e em duas tentativas sendo
impedido pelo Espírito Santo. Vejamos: Algo não deu certo que não puderam
viajar para onde planejavam, O Espírito Santo os impediu no sentido de que
aconteceu algo, ou eles sentiram que não deveriam prosseguir, mas também não
sabiam para onde deveriam. Logo ficando onde estavam foram dormir e em Sonho
Deus deu uma direção para um determinado lugar. O texto não diz que eles
estavam parados olhando o tempo "esperando" e sim que eles estavam
agilizando e caminhando tomando suas decisões da onde queriam ir e que Deus os impedia.
Engraçado que eles não foram para o monte orar para saber a "vontade de
Deus", mas fizeram o que tinham em mente. Nos dias de hoje no mínimo
diriam que eles não estavam "esperando em Deus" porque quiseram por
si mesmos viajar sem autorização divina, ou diríamos que eles estavam na
"carne", ou se precipitando, mas não o texto fala de missionários
enviados por Deus para viagem.
Quando temos de fato um verdadeiro
relacionamento com Deus sabemos que somos livres para atuar na vida, realizar
escolhas segundo o bom senso e a racionalidade que o próprio Deus nos concede
para tomarmos atitudes e decisões segundo os nossos gostos e paladares e Quando
Deus quiser alertar e falar ele é totalmente livre para isso, nos dando sonhos,
sinais, nos tirando o sono, ou nos tirando a paz e nos incomodando, em fim,
usando seus multimeios na sua multiforme graça, portanto quem de fato se
relaciona com ele tem essa convicção e caminha com tranquilidade sem precisar
de jargões de nenhuma natureza.
O problema é que os jovens não têm sido
ensinados a ter, ou não tem buscado ter um verdadeiro relacionamento com Deus,
precisando de psicologias travestidas de teologia cheio de moralismos ou de
medos que nos colocam numa vida de barganhas com Deus e de repressão da razão,
da vontade, do afeto e tudo mais. Imagina a coisa mais normal do mundo seria
dois jovens se gostarem e começarem a namorar e seguindo a frente quem sabe
casar, mas tais jargões colocam desconfiados de nossos próprios afetos
verdadeiros quase que demonizando-os, colocam nossos gostos pessoais por certo
tipo de pessoa em segundo plano como se alguém por ordem de Deus fosse namorar
com alguém que acha feio ou que não é atraente por qualquer razão que tem a ver
com o individuo, e por fim colocam jovens sinceros angustiados e culpados se
querem o que supostamente "Deus não quer", eu não chamaria isso de
relacionamento com Deus, chamaria de sinto de castidade psicológico.
Creio que essas idéias nos farão refletir
mais e melhor e nos ajude a buscar em Deus uma verdadeira espiritualidade longe
dos extremismos. Paz pra todos! Paulo Gustavo
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