A primeira semana de setembro/2015 foi de fatos marcantes ao redor do mundo, estamos ainda assistindo um êxodo de refugiados dos países em guerra civil e regimes ditatoriais, mas curiosamente na semana passada houve um fato aqui no Brasil, mais precisamente em São Paulo que nos comoveu muito: Um morador de rua morreu tentando proteger uma mulher numa briga com um homem armado, as imagens correram os noticiários e nos chocaram pela brutalidade com que um homem desferiu tiros naquele senhor de 61 anos que ja morava na rua há 10.
A figura do homem tem sido tão desqualificada na sociedade, a masculinidade está desidratada, moída de tantas formas por movimentos que se pretendem representar as mulheres com discursos de divisão de categorias, que me vejo assim na obrigação de louvar a iniciativa corajosa desse homem que arriscou sua vida para ajuda a uma mulher nas mãos de um louco. Quantos fariam o mesmo? creio que poucos, nossa primeira reação seria de auto-proteção e fuga, mas pelo que vemos nos vídeos aquele senhor não hesitou de ajudar, sabendo de todos os riscos.
Precisamos louvar sempre esses bons exemplos, "Franciscos" da vida que nos inspiram e nos motivam não podem ser esquecidos assim tão facilmente, os noticiários não estão mais dando a visibilidade a esse fato, mas cabe a nós guardar esse homem na nossa memória e contar para quem não viu o bom exemplo que foi dado. Nós somos muito responsáveis pelas próximas gerações de homens que virão, em ensinar, motivar, encorajar, e formar vários "franciscos" que deem suas vidas no trabalho, na família, com honra, com moral, com dignidade.
Hoje o Pai que rouba na empresa, que sonega impostos, que vive do "jeitinho brasileiro" é aquele que chega em casa e beija os filhos e a mulher e posta foto com a família, ou seja, estamos caminhando para um tipo de psicopatia generalizada na sociedade, aonde as pessoas estão anestesiadas e não sentem mais o peso de seus erros e responsabilidades, não são constrangidos quando fazem coisas erradas. Nós temos relativizado tudo e a fatura chega cada vez com mais Juros de tudo isso. Não temos mais responsabilidade com as crianças, com as pessoas, com a nossa própria moral, isso sem falar de Deus, a quem se deveria temer, pois pode lançar a alma e o corpo no inferno.
Para resumir bem a ideia desse texto eu usaria a palavra legado. Qual tem sido a nossa obra? O seu Francisco que era um morador de rua, um ser invisível para muitos, deixou um belo exemplo de bravura que nos coloca pensativos sobre nós mesmos que temos casa, comida, roupa, que temos família e pessoas que nos rodeiam. O que nós temos feito? o que é importante para nós? somos o tipo que vai morrer sem inspirar ninguém, sem motivar, sem transmitir vida a outros? fica para nós pensarmos mais e mais sobre isso, e se levantar para plantar uma nação de franciscos que não se calam, diante do mau e da injustiça e que levam para dentro de casa muito mais que dinheiro, mas brilho nos olhos, exemplo, e inspiração de vida.
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