Síndrome de Benjamin Button: jovens "velhos" na igreja!


   A nossa época está sendo marcada de um lado pelos que advogam o abandono total de antigas formas, e os que abraçam totalmente novas maneiras de ser igreja em que não queiram ter ligação alguma com o passado, apesar de serem ortodoxos quanto ao conteúdo. Nesse pequeno Texto gostaria de Analisar o fenômeno muito comum em jovens reformados, que é o culto ao tradicionalismo/clericalismo, também podendo se chamar de denominacionalismo. Quero tentar refletir sobre as possíveis causas de se viver assim, amando as coisas antigas, sem nunca tê-las vivida, uma saudade daquilo que ninguém conhece, um idealismo do passado, um saudosismo, também gostaria de brevemente tratar das consequências disso no ser e no viver da igreja.
    Eu pessoalmente sou um amante das coisas clássicas, acredito que podemos e devemos aprender com o passado, com o legado, o exemplo de pessoas, com a fé sincera que muitos tiveram, mas as formas mudam, e essas são sim sujeitas ao tempo, e os jovens não tem compreendido aquilo que se deve manter para o bem da igreja, e as coisas que sofrem alterações culturais também para o bem da igreja. As pessoas de antes não existem mais, só existem as de hoje, nós mesmos por mais que tentemos viver aquela vida idealizada não conseguiremos e cairemos na obsolescência do debate com a cultura, de forma que ela possa ler e entender uma mensagem de verdade nesse tempo de tanta liquidez e superficialidade.
   Por exemplo sou um admirador da vida e obra dos Puritanos,  tento imitar o zelo pela verdade, a busca por uma vida ética agradável a Deus, uma disciplina, uma fé simples, porém bastante eficaz. Muito do que somos devemos aos irmãos puritanos e seus tão belos escritos. Contudo acredito que é um desserviço a eles mesmos, tentar copiar a linguagem, e aplicar estritamente as mesmas coisas que eles em um contexto totalmente diferente, a moral deles era diferenciada, assim como a nossa.
   Sou participante de uma igreja reformada missional e tentamos cotidianamente dialogar em alto nível com a cultura, sem abrir mão de qualquer verdade fundamental do cristianismo. Nossos Cultos são mais dinâmicos, nossa linguagem é mais usual e atual, nossa forma de administrar não envolver excesso de agenda e de cargos, temos todo um colorido diferente, para facilitar em q os visitantes venham e não precisem entrar na máquina do tempo e voltar ao século 16, e sim aprender o Reino de Deus da maneira que ele possa entender. Entendo que há igrejas que acabam passando na conta com o papo de ser "dialogal", mas não podemos por conta disso deixa de refletir sobre a necessidade disso, não podemos cair no pecado de nos fecharmos em si mesmos e nos tornamos uma espécie de "Quackers" do Século 21 (se não souber o que é Quacker joga no google). 
   Fico Triste de ver jovens de 19 anos, cheio de boas ideias se perderem no clericalismo, no classicismo, no tradicionalismo vão, fazendo o que Paulo chamaria de "culto de relíquias", transformando o anuncio do evangelho e uma "boa velha" e não em uma "boa nova". A minha previsão para essas pessoas não é das melhores, suas vidas serão áridas, secas, fechadas, infrutíferas, tudo em troca de uma visão mal orientada das coisas. Que possamos pensar melhor nessas coisas, e viver o evangelho do reino sem qualquer acessório com prazo de validade vencido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário