Pensando em termos e linguagem econômica eu refletia sobre a questão da escassez, no sentido de que quanto menores são os recursos mais devemos saber emprega-los da maneira mais adequada e que nos dê um retorno desejado, ou seja, se você tivesse 1 real apenas pra viver com certeza daria valor a cada centavo investido. A partir disso eu comecei a pensar sobre o Reino de Deus, sobre a fé, entre outras coisas que nada teriam a ver diretamente com uma ciência que trata das ações humanas no campo material/econômico, e percebi que nossa vida e caminhada como discípulo nós dispomos de elementos bem escassos.
Muitas vezes Jesus comparou o Reino de Deus a bens escassos naquele contexto social , como um tesouro escondido ou uma pérola de grande valor, e ele ainda colocava a atitude mais lógica que um homem poderia tomar ao encontrar tais coisas, ou seja, usou o homem econômico para falar da natureza do Reino e da sua importância dada a sua escassez, já que não é qualquer um que encontra o Reino, nem tão pouco são os que procuram que acham, pelo contrário somos achados por ele. Tive um insight de pensar que essa pós-modernidade é um momento de inflação dada a escassez de uma verdadeira espiritualidade, a verdade e o reino de Deus, anunciados pela pregação do evangelho estão escassos e isso nos desafia a pensar em como empregar nossas forças, nossa motivação, e nossa fé de maneira que tenhamos de fato algo a dizer e algo a apresentar que não seja essas psicologias em forma de religião que temos visto, essas coisas enlatadas e com verniz filosófico.
A própria fé é um recurso escasso muito confundido com pensamento positivo, boas energias e vibrações, entre outras coisas que vemos. Ao contrário desses recursos de segunda linha que tentam imitar a verdadeira confiança, a fé é mínima e pequena, como um grão de mostarda, a menor das sementes, que deve ser empregada de uma forma que se torne uma árvore que além de dar outras tantas sementes ofereça sombra. A questão é que temos que pensar de que forma fazer, o tempo, o solo, e tantas outras condições, pois não podemos perder de vista que é um recurso raro. Hoje nós podemos "acreditar" em muitas coisas diferentes ao mesmo tempo e não ser contraditório, mas com a fé não há tempo, e não há abundância para se gastar em projetos artificiais pré-fabricados pelo discurso secular que o importante é a fé, porque o que está em jogo é a vida.
Na pós-modernidade existe uma espécie de "banco central" imprimindo papel moeda sem nenhuma orientação, e de fato a maior moeda corrente hoje são as "verdades", mas se são muitas "verdades" assim e tão fáceis de se encontrar em qualquer esquinas, elas perdem o valor, pois já não são tão poucas e escassas assim, estamos sob um governo de idéias artificiais. Cabe a cada discípulo de Jesus instruído na verdadeira fé, burlar esse tal governo e criar uma nova moeda e novo conceito e viver paralelo a este modo de vida artificial que só nos coloca no niilismo depois de muitas tentativas de produzir pra si mesmo algo que só Deus pode dar. A conclusão disso é colocar a fé na coisa certa, não somente crer por crer, porque só ter fé não é suficiente, é questão de vida e de morte conhecermos e sabermos aonde está o nosso tesouro e onde depositamos nossa confiança, para passarmos essas crise de valores e de significados que estamos vivendo. Saiba em quem você tem crido!
Por Paulo Gustavo
Por Paulo Gustavo
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