O Funeral das Igrejas Históricas

 
   Quem sou eu para decretar a morte ou o fim de qualquer instituição? Absolutamente Ninguém, no entanto o passado serve para enxergamos a fenomenologia de algumas coisas, ou seja, a tipicidade de algumas situações que se repetem  e que servem como arquétipo e nos ajudam a no mínimo esperar alguns eventos. Alguns vão falar que é papo de "desigrejado ou "caiofabianismo" que fala mal do "sistema religioso" e blá blá blá, são rótulos dados por pessoas de pensamento curto, pessoas que são anões no pensamento e na vida. Defenderei de forma breve aqui que essas "grifes" ou "nomes" de denominações estão com seus dias abreviados, contados, e quase findos.
     Antes disso é bom colocar que a Igreja de Jesus jamais acabará, ela é uma instituição eterna, e já vêm antes do próprio cristianismo. No entanto a forma como ela se reúne, se organiza, sua dinâmica, e sua linguagem passarão por transformações inevitáveis no processo histórico. Os tempos demandarão isso, e só os que tiverem uma abordagem teológica centrada terão categorias para compreender as demandas e as idiossincrasias desse época. É bom que seja assim, é bom que as coisas mudem, para alguns as coisas devem permanecer como sempre foram, só que o "sempre" de alguns é de 100 anos para cá, o de outros é de quase 500 anos pra cá quando iniciou-se a reforma protestante, ou seja, cada um quer empalhar o seu passado favorito e congela-lo no tempo deixando ele lá, fazendo culto de relíquias, canonizando pioneiros, missionários, fundadores, mesmo que a maioria das pessoas não entenda nada do que ele crê.
    Quando se aceita as coisas como naturais fica mais fácil contribuir de uma maneira mais eficaz, sem saudosismos ou utopismos.Os processos históricos se encarregaram de sepultar muitas boas coisas, tudo isso que vivenciamos nas "igrejas" desde crianças têm um prazo de validade.Houve um Tempo em que aquilo foi útil de alguma forma, mas hoje simplesmente não faz mais sentido por uma série da razões, isso nos faz repensar nossos modelos de formação de líderanças, plantação de novas igrejas, pregação, ensino, entre outras coisas. Esse Texto não é nenhuma apologia de que se esqueça o LEGADO, pelo contrário, eu afirmo o Legado como algo essencial para a sustentabilidade de qualquer processo, pois isso dá uma forte noção de família, de ancestralidade, e de sabedoria presente na experiência.
    É triste ver que algumas denominações importantes não entendem isso, dá para ver como elas estão definhando, desidratando, perdendo a vida, porque o foco está totalmente em se agarrar nas pilastras, nos bancos, no letreiro, etc. Ficam Culpando a cultura, o relativismo, o pluralismo, o liberalismo, enfim... Não que estes não sejam nocivos e tenham que ser combatidos com a escritura, mas muitos se escondem nisso para justificar que ninguém entende sua mensagem, ninguém quer ir para a "igreja", e que o mundo é culpado de tudo. Fico triste por alguns irmãos que creem firmemente nessas coisas, mas que podiam dar mais, ser mais, servir mais a igreja de Jesus, se permitisse entender que tem coisas vão e não voltam mais, que ficam obsoletas e caem em desuso.
    Muitos de dizem teólogos e não sabem disso, aliás se dizem teólogos e não discernem os sinais dos tempos, não sabem nem quando vai chover, não sabem em que estações nos encontramos na história, se um verão ou inverno, nem os movimentos das marés. John Stott dizia em seu livro "Eu creio na pregação" que o pregador ou profeta é aquele que está na proa do barco, ou seja, adiante dando as coordenadas, é o primeiro a ver uma ameaça futura e avisar. Até os Pássaros sabem o momento de migrar, e nós aqui presos não entendemos o verão chegar e nos comportamos como se estivéssemos no inverno, que este conteúdo nos agregue a nossa reflexão sobre a missão que Deus nos deu de pregar o evangelho e falar do seu reino de amor.

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