santos, anônimos, e a espiritualidade leiga.

  

 
Olá irmãos, leitores, e amigos que me acompanham! hoje quero dedicar um tempo e algumas letras para tratar de um tema que para min é muito caro, que é espiritualidade leiga. Bom, Espiritualidade é um assunto que sou apaixonado e reflito nele há alguns bons anos, mas o que tenho tido de recente redescoberta é a qualidade leiga da espiritualidade, e o quanto exercer e exercitar isso abre porta para tantas ricas experiências, revelações, e encontros maravilhosos, sim, depois de tanto tempo relutando e buscando por profissionais e profissionalização eu percebi que estava sendo enganado e envolvido numa roda de coisas que não são, e que aquilo que verdadeiramente é, eu não estava me dando conta de que seria a única coisa importante.
    Meu objetivo não é trazer uma novidade, nem tão pouco levantar qualquer tipo de polêmica, mas compartilhar algumas reflexões que tenho gestado em situações que vivo no meu cotidiano, e na minha vida comunitária. Também vale dizer que não pretendo fazer um estudo sistemático sobre tais assuntos, os quais tornariam essa leitura cansativa, de modo a ter pouco a agregar.
    Ser Leigo é viver o dia a dia mais banal e ordinário sob a ética e a luz do evangelho, sim, pagar contas, criação de filhos, ter e fazer amigos, se aproximar das pessoas, cuidar da saúde, viver a conjugalidade, a paternidade, ser empregado, ser patrão, comprar, consumir, vender, se associar, entre outras coisas, ser leigo é encarar as realidades do homem comum, porém entendendo tudo isso como graça de Deus, com a certeza que não há coisa mais espiritual, e encontros mais ricos.
    Ser leigo é "não saber de nada", de fato, é a qualidade de viver a vida prática, experimentando Deus nos acontecimentos mais corriqueiros, sem qualquer tipo de conhecimento profissional, terceirizado, industrializado, e induzido.
    Ser Leigo é praticar um olhar não técnico e não performático, e sim humano segundo Jesus, sim, não há medos no uso da palavra humano, pois Jesus é Homem. Um olhar leigo avalia o conteúdo de verdade e sinceridade, mais do que desempenho exteriores.
As ferramentas de um leigo são a contemplação, o silêncio, a introspecção, a leitura da palavra sem condicionamentos profissionais, a oração mais simples e mais sincera.
    A vida leiga é a única capaz de tornar um homem maduro espiritualmente, possuindo fibras em sua estrutura emocional, moral, e dentro de tudo isso obviamente estaria a espiritualidade. Nenhum homem deve se lamentar por uma vida tão boa, exatamente isso, mesmo aquelas rotinas de um transporte lotado durante anos, trabalho árduo,  são situações que conferem a pessoa categoria, ou seja, forma caráter e personalidade forte( e isso tudo é espiritualidade). Uma vida leiga é uma vida em que Deus se revela a cada momento, todos os dias, nos menores encontros,  enquanto a vida profissional precisa de intermediação, horas e locais, processos artificialmente fabricados, sem qualquer espontaneidade e organicidade.
    Uma pessoa anônima, que cuida da sua casa, da sua família, que trabalha, que paga contas, que ama e honra sua esposa sendo fiel a ela, dá a vida pelos seus filhos, trata bem as pessoas, dá a outra face, perdoa, ela é a pessoa mais incrível do mundo, no entanto no processo profissional ele eventualmente não é aproveitado por não desempenhar tecnicamente bem,infelizmente o nosso olhar está bastante contaminado de profissionalismo vindo dos nossos processos religiosos, aonde tudo é induzido pelas estruturas, as relações são forçadas e fabricadas, os amadurecimentos acontecem mediante níveis de graduação acadêmica ou eclesiástica, e isso polui os nossos sentidos e nos afasta da simplicidade.
    O profissionalismo é a industrialização do processo espiritual, é uma linha de produção de comportamentos induzidos, é o socialismo na área da espiritualidade, onde todos são medianamente iguais, não havendo lugar para espontaneidade, criatividade, variedade, e esse processo não reflete se quer o caráter criativo de Deus, que criou uma natureza plural e diversa.
    Quanto mais leigo for o nosso olhar melhor contribuição daremos na nossa igreja local, quanto mais leiga for a dinâmica da igreja local, mais ela será eficaz na missão de Deus, pois a igreja é um processo leigo, sim, " das crianças de peito suscitaste o perfeito louvor", diz no salmo, ou seja, o que há de mais leigo que uma criança que mal sabe de sua própria existência ainda?
Poderia escrever muito mais, porém espero que com essa reflexão nossos olhos leigos estejam mais abertos e que nosso olhar, posturas, e escolhas mudem. tenham uma vida leiga e plena de Deus.


A maior pandemia já vista: O engano sobre a natureza relação sexual!

     Gostaria de conseguir hoje falar sobre sexo. Qual é a dificuldade de tratar desse tema? é que facilmente podemos cair em lugares comuns, e se for para chegar em lugares ja conhecidos seria mais fácil indicarmos cartilhas, livros, e conteúdos muito legais que existem por ai. Meu objetivo com esse blog é abrir um espaço de discussões sobre a vida que não seja em esquemas de oráculos, aonde as pessoas queiram respostinhas e fórmulas prontas para desafios complexos, definitivamente não creio que tais coisas tenham a ver com o evangelho e a proposta de vida de Jesus. 
    O que é sexo? O que na prática é mais aceito neste século é que trata-se uma atividade de natureza bio-física que visa cumprir uma necessidade, como bebida, comida, sono, e exercícios físicos. Embora tenha tido algumas boas contribuições para entender a mente humana, Freud basicamente definiu ser humano apenas pela questão de impulsos que nós aprenderíamos ao longo da nossa interação social e humana a "civilizar"(seja lá o que quer dizer civilizar, mas isso trataremos a diante). 
    O grande problema é que dentro dessa perspectiva a relação sexual torna-se um ato-coito de natureza animal, ou seja, por essa visão não passamos de bichos em busca de satisfação das nossas vontades, e essa noção de realização desprovida de implicações emocionais e afetivas, tem consequências trágicas na humanidade. Um outro grande problema nas definições modernas sobre ao sexo é nívelar com a comida ou bebida, muito embora o sexo seja sim muito necessário, não vejo condições de igualar o sexo com essas outras necessidades, veja, não estou querendo criar um ranking dogmático de qual é a mais importante, até porque depende muito de uma série de fatores, de modo que não dá para ser generalista. Existem momentos, idades, e circunstâncias em que o sexo tomará a maior importância sim e outras que ele não terá absolutamente nenhuma relevância para vida. Colocar sempre, em todos os momentos, o sexo como condicionalmente igual entre demais funções e necessidades bio-fisico-psicologicas não é prudente. A implicação prática desse pensamento de igualdade entre as ditas necessidades é que em cima disso se desenvolve uma cultura de exacerbação do erótico, fantasiosidades, fetichismo, idolatria, e pornografia. Disso tudo decorre coisas vistas hoje como objetificação do corpo (principalmente da mulher), erotização de crianças (isso existe sim), entre outras bestializações já vistas. 
    Relações de "coito" meramente fisica, espaçadas no tempo, e muitas vezes com parcerias diferentes, tem implicações mortais para as emoções e afetos, causando falta de sensibilidade no "aparelho afetivo", sim, todos nós nascemos com uma espécie de região afetiva, que deveria ser ativada com a intimidade, no entando, intimidade trata-se de cultivo, porém a tragédia é que não dá para falar de algo construido se os vínculos não se prolongam no tempo, e como falar de vínculos e construções afetivas numa percepção egoísta de apenas matar a vontade? Temos visto uma geração de disfuncionais para relacionamentos: Pessoas que sofrem de esterilidade afetiva, ou seja, total incapacidade de vivenciar relações duradouras, totalmente incapaz de ser integralmente fiel na conjugalidade prometida, usando uns aos outros para se recrear, desalinhando os afetos, se confundindo, não sabendo nem o que sentem mais, ou seja, uma total desconstrução da humanidade, ficando totalmente aquém daquilo que poderia e deveria ser. 
    Até então abordamos apenas sob uma ótica sócio-emocional, porém vendo sob o ponto de vista da espiritualidade cristã essa geração se quer sabe o que é sexo. Sexo na ótica do evangelho é a celebração da intimidade entre pessoas que se amam, porém não o amor "barato" deste século, mas o amor do compromisso, de quem se escolheu mutuamente. Essa INTIMIDADE que é celebrada com uma relação conjugal santifica os conjuges, alinham seus afetos, ordenando o ser e a vida, pois o verdadeiro sexo aumenta a caridade entre o casal, edifica espiritualmente, e purifica a alma. O casamennto segundo Deus é a maneira pela qual Deus quis fazer com que o macho e a fêmea saiam de uma condição de animal a uma vida de plena santidade, de modo que é a única "Civilização" possível que a ser atribuída ao nossos desejos, caso contrário, no máximo seremos entes domesticados e amestrados como animais em correntes morais, com estimulos como o medo, consequencia, recompensa, e punição, tendo os desejos e vontades refreados exteriormente sem qualquer entendimento, apenas por censura social, que podem mudar com as gerações, como na verdade já mudaram, pois hoje temos visto toda a sorte de "preferências sexuais" sendo moralmente aprovadas e qualquer visão ética que discorde sendo censurada, cancelada, e muitas vezes até punida nas justiça. 
    Porquê vivenciar o "ato-coito" que apelidaram de sexo (porque isso não é sexo) é algo pecaminoso, não recomendável, e desestimulável em todos os níveis? porque não fomos destinados a isso. Nós fomos destinados a experimentar integralmente da intimidade, e ao separar o conceito da relação sexual do contexto da intimidade conjugal, vivemos uma relação disfuncional e desproposital para aquilo que Deus estabelece, sendo algo simplesmente desumanizador, desagregador, e torpe, gerando ainda mais solidão. É necessário ressaltar que qualquer nível de intimidade é destinado a conjugalidade, portanto não se admite, biblicamente falando, nada que seja fora do vinculo e do enlace matrimonial, pois o que ocorre no meio de cristãos é criar subterfúgios para vivenciar alguma intimidade "parcial", ok, que assim seja, não é meu papel fazer juizos, porém ja está se vivendo uma quebra com essas concessões, mas como nossa proposta é a reflexão, não cabe aqui dizer o que fazer ou não da sua vida, é você e Deus, apenas lide de uma forma madura com a sua realidade, e não com idealizações infantis. 
    Concluindo: Será que percebemos o tamanho da tragédia? poderíamos abordar os casamentos destruidos por uma noção errada da intimidade, as crianças sem pais, as familias destruidas, e uma infinidade de outras coisas afetadas por um engano quanto ao verdadeiro significado desse algo bom, que Deus criou mais desfrutarmos e que se torna objeto de idolatria e paganismos. Não sei qual é a sua situação, mas existem casados sem realização saudável e boa, e que não vivem integralmente a intimidade. Também solteiros que se prolongam demais se expondo e se vulnerabilizando, mas meu objetivo aqui não é trazer cartilhas exteriores morais e sim entendimento e reflexão. 
    Que a Paz de Deus habite nossos corações e ilumine nossos entendimentos.

O que pensa de tudo isso? compartilhe comigo nos comentários.



Felicidade sem Deus: Um projeto Falido!

   
 
Não tem palavra e conceito mais desgastado hoje do que a tal felicidade, sim, digo a tal porque ninguém mais sabe definir de maneira simples e prática o que é. Infelizmente esse termo é um dos mais citados nos mais diversos contextos, porém de forma solta e sem qualquer compromisso de verdade, sendo vinculada apenas a consumo, experiências, aquisições, e conquistas de confortos materiais de toda natureza, porém hoje nós vamos encarar esse problema e entender como uma coisa boa se torna doentia no processo humano.
     O tema felicidade é tão antigo quanto a nossa vida aqui na terra e ja foi tratado das mais diversas formas na filosofia antiga, nas religiões, e resumidamente sempre esteve ligado a algo positivo, confortável, ligado a sensação de maior bem estar e qualidade de vida. Poucos pensam felicidade admitindo privação, dor, desconforto, angústia, entre outras coisas, ou seja, no conceito mais fácil  e que venceu na história jamais houve associação ou alguma definição que incluisse sofrimento, perda, e frustrações, pelo contrário, ambas as coisas na visão humana são excludentes, ou seja, todos os grandes pensadores tentaram equalizar e conciliar o paradoxo da felicidade e do sofrimento, coisas aparentemente contraditórias. 
     O grande problema hoje de se falar sobre qualquer coisa, é que excluimos a complexidade da vida, desejando falar de temas como esse sem considerar a cruel realidade vivida em nossos dias, sim, nos vendem uma felicidade de papel, que não tem fibra, suor, sangue, e dores. A grande tendência do mundo hoje é a anestesia, queremos soluções sem dor, queremos salário sem trabalho, aposentadoria sem contribuição, queremos lucro sem investimento, e com a felicidade nós esperamos que ela deite e durma conosco e que nos faça esquecer que o dia a dia é duro, que as frustrações aparecerão e nos engolirão, perturbando nosso mundinho, cuja felicidade é um pedido no IFOOD, mas espere um pouco vamos chegar no fim desse texto com uma ideia um pouco melhor sobre isso, NÃO VÁ EMBORA.
    Já vimos que considerar felicidade num mundo sem dor e angústias é você abrir mão da verdade, e quando queremos ser "felizes" sem a verdade, não temos nem uma coisa e nem outra, desde logo podemos concluir que não dá para viver sempre num estágio analgésico todos os dias da nossa vida, e quanto mais fugimos disso mais adoecidos, tristes, depressivos, e fragilizados ficamos. Existe também uma cobrança irreal para "sentir bem" (seja lá o que isso quer dizer), mas creio que todos nós já ouvimos uma famosa frase: "se te faz feliz é o que importa", ou "se te faz feliz não é errado", enfim, propostas de felicidade dissociadas de implicações morais, como se fôssemos bichos e cumpríssemos na felicidade uma necessidade biológica como comer, beber, dormir, e fazer sexo. Podemos concordar que o certo e errado importam na felicidade? Sim? Então temos outro ponto importante: A felicidade, seja ela qual for, terá que envolver ao menos uma mínima noção e perspectiva de moralidade, porém a grande questão é que a parte moral vem de Deus, não aparece espontaneamente, não é um dado genético, não é construido humanamente, mas é atribuido pessoalmente a Deus, sim, chegamos na fonte de toda a felicidade possível nessa terra, sim, felicidade POSSÍVEL, pois nessa caminhada terrena não há nada total e pleno, mas possível. Não existe nenhuma coisa, nenhum bem, ou experiência humana capaz de preencher plenamente a nossa vida aqui a ponto de nos fazer sentir tão plenos, quero dizer que sempre dentro das maiores felicidades estarão presentes dores, medos, angústias, instabilidades e perturbações, todas elas apontam para um ideal que só virá na eternidade.
    Vamos Concluir? Sem Deus não existe construção de certo e errado, pois estas coisas não nos são atribuidas. Sem moral qualquer coisa pode ser felicidade, até mesmo a infelicidade alheia, ou seja, um hedonismo e egoísmo marca bastante essa felicidade moderninha analgésica, mas continuando: Existe felicidade sem dor? esse projeto é anestésico, químico, manipulado na farmácia, fabricado em comprimidos tarja preta, aceito apenas em ideologias políticas fantasiosas que acabam entregando mais loucura ainda. O que é felicidade? É ser quem devemos ser. Quem devemos ser?  Olhemos para Cristo, sim, ele não era infeliz, pelo contrário, ele se alegrava em fazer a vontade do pai, portanto devemos viver a vida de Cristo, viver as angústias, tristezas, e experiências que ele vivenciou. Essa é a felicidade real: Encarar o que Deus tem para min, cumprir uma carreira, seguir a minha trajetória assim como a flexa segue seu alvo projetado pelo arqueiro. Voltemos a Cristo, e vivendo nele poderemos conheceremos o nosso "dever ser".

Que Deus nos ensine a ter felicidade nele. (recomendo refletirmos no sermão do monte)



     

O cristão deve lutar contra o "marxismo cultural"?

     
     O assunto principal que sempre trataremos aqui será Espiritualidade Cristã, mas dentro do guarda-chuva desse grande assunto apontaremos problemas, desvios, perversões, e falsas noções que acabam sendo Anti-espiritualidade, ou seja, algo que simula e aparenta piedade e bondade, mas na verdade é prejudicial e nocivo para o cristão.
    Importante ressaltar que a anti-espiritualidade cristã toma ocasião através de coisas que parecem justas, por exemplo, muitos que acreditam num certo ideal de justiça social tornam-se militantes e guerreiros do "bem", fazendo desse tema (que a princípio ninguém é contra) uma espécie de trilha sonora da vida, e assim acabam submetendo tudo a essa "luta", até o próprio evangelho torna-se o "evangelho da justiça social", ou seja, um tipo de "evangelho político". Esse tipo distração em forma de "pautas sociais" acaba seduzindo muito pessoas que desejam combinar o evangelho com ideologias progressistas de esquerda, e esta mistura ja é um projeto pagão, anti-espiritualidade, e letal para o discípulo de jesus.
     Um suposto marxismo cultural, surge como narrativa ideológica também sedutora para muitos cristãos. Sob o pretexto de lutar pelo ocidente, contra o comunismo, contra a perda de valores, dentre esses a família, a pessoa embarca numa espécie de cruzada moderna política, passando a submeter a realidade a essa construção ideológica. A partir desse momento, até mesmo o evangelho torna-se um projeto político de direita (que muitos chamam até de cosmovisão cristã), passando até mesmo a separar as pessoas entre esquerda e direita, bons e maus, levando-os a estar contra um suposto mal utilizando as mesmas armas do inimigo (praticamente uma ética de guerra).Nem todos vão para esses extremos colocados aqui, muitos ficam no meio do caminho no quesito radicalização, mas todos de alguma forma refletem a partir daquela narrativa sobre os fatos, acontecimentos, e sobre a vida como um todo. Isso vem a comprometer o projeto do evangelho que é o Reino de Deus no homem, ou seja, na interioridade.
     A pergunta é: Devo me envolver nesse tipo de lutas e discussões? Em Primeiro lugar, a caminhada cristã diária é muito árdua, exige muito do discípulo, de forma a não sobrar tempo e energia para dividir com outros projetos. A família, o trabalho, o serviço na igreja local, o socorro aos orfãos e as viúvas, o cultivo de disciplinas espirituais, tais como oração, leitura devocional, silêncio, e contemplação, já exigem toda concentração. Se Toda a energia das pessoas que vivem de discussões, abstrações, e debates em suas bolhas de redes sociais se voltasse para essas coisas do dia a dia duvido que esses problemas existiriam, se existissem não seriam coisas tão representativas, possibilitando soluções via diálogo na cultura e na sociedade, não através de discursos e politização exacerbada de temas.
     Sabe qual é a instituição mais eficaz contra pobreza, imoralidades, e toda sorte de problemas? A igreja local, sim, a igreja local é a maior e mais eficaz forma de combate a supostos males que se levantam, sejam eles de ordem política, social, econômica, moral, etc. Eu te pergunto: Você já plantou uma igreja local? Ou mesmo, você ja participou ativamente de um projeto de revitalização de uma igreja local? Se sim, você sabe que este projeto toma todo seu tempo, recursos, e energias, envolvendo família, dinheiro, requerendo assim uma entrega total. Agora eu pergunto: Quantos desses salvadores do ocidente e do cristianismo, envolvidos na luta contra o marxismo cultural estão envolvidos com as atividades acima? quantos deles tem disposição para plantar uma igreja em áreas carentes, pobres, e de grande risco social? Quantos sairiam de seus confortos para viver esse tipo de experiência? Quer justiça social, meu caro cristão progressista? plante uma igreja, pregue e viva o evangelho. Quer ver os valores morais cristãos prevalecerem, caros cristãos da "cosmovisão"? plante uma igreja local, de preferência em locais periféricos, mas plante uma igreja local. Pregue e viva o evangelho, depois me diga se ainda dá tempo de envolver-se em teorias.
    Todas essas lutas não passam de vaidades e infantilidades. Lutas de bem contra o mal são sedutoras, e tudo que é sedutor trabalha com a aparência, com o estético, e não através de conteúdos, enquanto isso o mal dentro de nós permanece, pois estamos buscando eliminar um suposto mal fora de nós, sempre no outro. Essa batalha cósmica nunca acaba enquanto o mal não for eliminado, e isso quer dizer que na prática sempre acabará em domínio político de um grupo sobre outro, ou seja, opressão e despotismos de toda ordem, no fim tudo é vaidade. Que Deus nos acorde desse sono, dessa paralisia, dessa cegueira, desse canto bonito que as ideologias e narrativas exercem sobre nós, que voltemos para o simples, que é buscar a verdade no íntimo. 

Recomendo nosso vlog: Teologia Para Maltrapilhos

O Papel das emoções no caminho da espiritualidade!

   

     Sermos complexos enquanto formas de vida faz com que diversos fatores e ambientes, tanto externos quanto internos tenham peso em nossas ações, reações, respostas, e reflexos. Por emoção damos o nome do conjunto de estímulos que recebemos e emitimos na tentativa de interagir com tudo ao redor, seja o nosso semelhante, seja a natureza, seja o ente coletivo familiar, social, entre tantos outros. Nesse texto vamos dar um trato especial com o tema emoções, pois é, vamos dar uma atenção para essa faculdade tão particularmente humana, que historicamente, a literatura e o pensamento cristão não dá tanta importância, porém têm se mostrado importante na medida em que estamos assistindo a um surto mundial de uma série de transtornos, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros.
    Os séculos anteriores foram períodos de proeminência de uma suposta "razão", aonde a parte do nosso ser identificada com as emoções era abafada em nossos processos decisórios em nome de filosofias áridas, secas, pouco empáticas, que levam em conta apenas um "cartesianismo matemático linear". Essa secura no pensamento moderno, faz com que a vida se traduza em "números" e "argumentos" totalmente desprovidos de alma, fazendo com que toda análise feita não compreenda a complexidade da existência humana, resultando num adoecimento pandêmico, aonde hoje as pessoas estão desesperadas buscando formas de se expressar, se identificar, pertencer, e sentir, sem saber lidar e gerenciar suas emoções e afetos.
     Antes de Entrar diretamente no tema das emoções é preciso falar sobre auto conhecimento. Precisamos ter uma caminhada interior, saber nossas potencialidades, nossas fraquezas,  e perceber como agimos e reagimos diante de fatos, de situações vividas, podendo assim crescer mais em maturidade. O termo Inteligência emocional está super em voga, e é a maneira que a modernidade está tentando traduzir a necessidade de sermos maduros, sabendo compreender as coisas que nos cercam. As emoções fazem parte de todo esse processo e caminhada da espiritualidade, precisamos ir em busca disso em nosso cotidiano.
     Somos emoções quase que da cabeça aos pés. Aqueles que se dizem razoáveis e calculistas são irracionais se não admitirem que o processo emocional nos implica integralmente, desde a parte mais sensível até o nível mais profundo. A alimentação envolve emoções e afeto, o vestir, estilo de vida, a forma como se expressa, enfim.. todos os nossos apetites, preferências, e gostos são implicados emocionalmente. O pecado desajustou nossas emoções, desalinhou nossos afetos e afeições, nos desencaminhando para processos doentios, em que as emoções se tornam o guia para tudo em nossas vidas, nos colocando numa posição de meros expectadores e apenas responsivos aos impulsos e instintos. Há grande perigo em cair nesse fosso, pois podemos ficar há um passo da nossa bestialização, desembocando na parte comportamental, sexual, entre outras coisas, por exemplo, a nossa era é sentimentalista, ela cultua as emoções, ela construiu um altar para os afetos, como se esses fossem nossos guias, e ao invés de nos faz administradores de nosso processo emocional, nos faz reféns.
     Precisamos como cristãos promover uma total redenção para as emoções. Não que elas sejam eliminadas do nosso processo de ser e existir, mas que elas sejam realinhadas e administradas, pois assim nos impulsionarão a um caminho de sabedoria, entendimento, e de relacionamento mais profundo e mais proveitoso com tudo ao redor. Dentro de uma relacionamento com Deus e do cultivo que é a espiritualidade cristã, esses são nossos desafios diários: Submeter nossas emoções a um auto-exame, permeando nossas afeições com o evangelho. Esse caminho é árduo, doloroso, e cansativo, mas necessário, e alguns terão dificuldades por talvez terem um temperamento em que sejam mais impulsivos, mas é fundamental se cuidar e poder assim glorificar a Deus através de uma espiritualidade emocionalmente saudável. O pior trabalho é aquele sobre si mesmo, porém é o mais nobre, o mais alto, e portanto o mais honroso.
    Esta geração atual está se afundando nas suas próprias emoções, sim, temos processos doentios de toda ordem acontecendo. Não sabemos nos frustar, não sabemos encarar realidades duras, não sabemos digerir fracassos e respostas negativas da vida, não sabemos não dar certo, porque nossas emoções nos elevam para ambientes de positividade infantil, de falsas promessas, de sonhos fraudados, que sendo nutridos acabam nos destruindo. Desde a infância deveríamos ser mentoreados e ensinados a lidar com situações indesejadas, inesperadas, e infelizes, sendo capazes de absorver os golpes da vida real e concreta e utilizando essas situações infortunas como combustível para continuidade da vida, e não para acreditar em fim de carreira. A morte é a situação mais previsível das nossas vidas e para nós ainda é um problema. Não conseguimos aceitar a partida de nossos Pets, quanto mais a de entes familiares mais queridos. Você não acha isso estranho?
     Que esse texto sirva como uma centelha de provocação e reflexão sobre a implicação das emoções em nossas vidas e que sejamos daqueles que gerenciam seus afetos e não sejam só reações e reflexos condicionados e determinados por manias sem sentido, portanto que possamos buscar uma redenção no evangelho.

Recomendo Vlogs: Jordan Peterson

O cristão, a sociedade, e o poder: uma perspectiva profética.

  Não é preciso ser nenhum grande analista para admitir que vivemos um período caótico, e por caos entendo que não é só um momento de guerra, pobreza, epidemias ou catástrofes naturais. Defino Caos como um período de perda de referência, sim, quando vemos um vácuo de lideranças, vemos pessoas perdidas, confusas, vulnerabilizadas a tal ponto de acreditar em qualquer coisa.
Os profetas do antigo testamento eram chamados justamente nesses momentos de caos. O habitat natural do profeta é o caos e o deserto, e sua matéria prima era a crise. Os profetas serão a base da nossa reflexão hoje, é importante lembrar que a igreja de jesus é construída sob o fundamento dos apóstolos e dos profetas.
     A mensagem dos profetas tinham alvos bem definidos. Os primeiros confrontados eram os reis, sim, as autoridades eram as primeiras e principais classes em que seria anunciado o juízo divino, porque? não seriam seres humanos pecadores como quaisquer outros? A natureza da liderança implica em peso e responsabilidade maior. A caneta real, o cetro estendido, a palavra empenhada pelo rei, tinham a função de conduzir, servir de caminho, e transmitir valor e segurança para as pessoas. Suas Decisões tinham consequências para a vida de milhões de pessoas, tanto para prejudicar quanto para proporcionar o bem.
     A atividade profética também servia como um freio para uma arrogância natural do reis, pois a natureza de suas funções reais os levava a gozar de respeito, confortos, e privilégios, e tudo isso os deixavam sempre a um passo de se sentirem deuses, seres acima do bem e do mal, portadores de todas as virtudes. Esse tipo de sensação é corrosiva para a alma humana e leva os líderes a deixar de governar para cometer abusos, se tornando tiranos, opressores, cegos quanto a sua condição humana, sem qualquer compaixão.
     Os Profetas eram indivíduos incômodos, indesejados pelos reis e autoridades, falavam verdades inconvenientes, apontavam erros, anunciavam castigos e tempos difíceis, como resultado do pecado. Quando vejo que muitos de nós cristãos estão do lado do poder constituído. sinto que nos distanciamos do caráter profético, perdemos nossa independência, passamos a viver do poder e de tudo que eles nos proporciona. Uma vez o cristão estando do lado de governos, ele está vendendo a mensagem, está abrindo mão do seu chamado, pois o profeta não é um ser "palaciano", ou seja, não faz parte de nenhuma nobreza. Profeta é marginal, é incomodo ao poder.
     O segundo grupo mais apontado nas pregações dos profetas eram os sacerdotes, que também eram um tipo de poder, pois eram aqueles separados para pastorear e cuidar da espiritualidade do povo, porém que se desviavam de suas funções para não só permitir a idolatria, mas também praticar e contaminar o culto ao Deus verdadeiro. Se Hoje a espiritualidade das pessoas é importante, imagina naquela época, era o combustível para o povo, as pessoas precisavam ser pastoreadas, conhecerem a lei, e se relacionarem com Deus, mas não era raro eles se desviarem junto com os líderes a uma pratica religiosa pagã e condenável. Estavam vivendo de sacrilégio e profanações do culto.
      Não é preciso de muito para constatar o quanto a fé simples no Deus vivo está sendo desvirtuada hoje e se tornando tantas coisas que nada mais são do que forma de idolatria e paganismo. Sacerdotes vendem a fé como um produto e vivem de lucro da manipulação e indução. Os profetas eram seres sem tradições religiosas, sem qualquer nome ou marca eclesiástica, totalmente indesejado pelas elites espirituais decaídas de suas épocas.
       O próximo grupo que iremos tratar, também muito alvo do juízo que os profetas anunciavam eram as elites da época. Comerciantes, magistrados civis, líderes das tribos, anciãos, guerreiros, etc. Eram classes que em suas relações comerciais e econômicas não praticavam a justiça, não faziam negócios justos, oprimiam seus empregados os expondo a usura, levava os mais vulneráveis a justiça por dívidas irrisórias, muitas vezes provocadas por eles, ou seja, os profetas expunham a injustiça nas relações privadas e um certo abuso de poder econômico praticado em face do órfão e da viúva.
      O povo não era poupado, o povo na visão dos profetas não era vítima da opressão, mas sim cúmplices na apostasia, na idolatria, nas imoralidades sexuais, e também na falta de piedade. As pessoas mais pobres também eram chamadas ao arrependimento com lágrimas afim de serem curadas suas feridas e suas mazelas. Os emissários de Deus naquele tempo vinham para condenar aspectos culturais reprováveis aos olhos de Deus e que vinham sendo compartilhados não só pelas lideranças e elites, mas pelo povo, que diante do cenário caótico se entregava a todo tipo de concupiscência e desejos vãos, ou seja, as pessoas não eram só sistematicamente vítimas de um suposto sistema, mas responsáveis por se enregarem a práticas reprováveis.
       Uma coisa central em todos os profetas e que direcionava suas atividades, era o fato de que sempre se viam implicados na mensagem anunciada, ou seja, anunciavam algo que todos, inclusive eles teriam que viver por conta de tamanho distanciamento da fé. Os profetas não pregavam no ar condicionado, eles pregavam vivendo, pregavam se incluindo no juízo, pregavam temendo a ira, e ao mesmo tempo não queriam estar certos, anunciavam o castigo inevitável, mas orava para que não viesse.
     Muitos pregadores hoje não se veem implicados em suas elaborações teológicas, pelo contrário, anunciam, falam, e profetizam sobre coisas que não conhecem, não vivem, cujo alvo são sempre outros grupos os quais em nenhum deles está incluído, e ainda pregam querendo estar certos, apenas por questão de vaidade religiosas, de poder e notoriedade. Esses querem sempre acertas seus prognósticos, para assim ganhar legitimidade.
       Basta um exercício de observação para concluir o quanto de similaridade existe entre o presente e o tempo dos profetas. Parece que estamos voltando no tempo lendo as pregações daqueles homens, mas na verdade estamos revisitando um presente que já aconteceu e está acontecendo de novo. Quero encorajar para que leiamos os profetas com maior acuidade e que não percamos nossa natureza e vocação profética nesse tempo, podendo assim contribuir com a harmonia e paz socia, ou seja, um tipo de sociedade que não vulnerabiliza o orfão e a viúva, mas os acolhe e os abraça em suas extremas necessidades.



Instagram: @pepeu_1985 / @teologia Maltrapilho

EPISÓDIO VICTOR AZEVEDO: UMA BREVE ANÁLISE

Victor Azevedo relativiza sacralidade da Bíblia e fiéis veem heresia
victor "bigodin" azevedo
    O assunto "Soberania de Deus" volta a ordem do dia em tempos de calamidade. Na história da Teologia não é novo as pessoas discutirem o caráter e a natureza dessa inquestionável verdade: que Deus é soberano, Governa, Rege, e intervém. Na verdade há consenso de que Deus é soberano, o problema é que existe também a responsabilidade humana, a ação humana, ou seja, é inegável que o homem toma suas opções morais, e faz suas escolhas com consequências tanto a nível pessoal, quanto a nível mundial, basta ver que essa pandemia deixou claro que uma atitude ou conduta de uma pessoa na china conseguiu alcançar a vida praticamente de todo mundo.
    Dias atrás assistimos uma tentativa no minimo desastrada de responder a esse tipo de questionamento relacionado a soberania de Deus x responsabilidade humana protagonizada por um jovem pastor chamado Victor Azevedo, ele afirmou categoricamente que Deus não está no controle de todas as coisas, explicando que caso estivesse não haveria tantas calamidades. Após esse desastre que foi a sua fala num stories em seu Instagram, houve uma avalanche de gritarias e linchamentos contra ele. Acontece que o mesmo caiu nas mãos dos homens, e os homens não tem misericórdia. O que não faltou foi meme, textões e análises, a maior parte não visava edificar, mas execrar uma pessoa, desmoraliza-la, transformá-lo num monstro. Muitas pessoas constroem suas carreiras de teólogos no Facebook não com propostas, mas em cima de falas infelizes e desastradas que aparecem, sim, existe um mercado de teólogos de redes sociais, pessoas que andam a caça de hereges para se crescer em cima dos tais, existe muito ódio travestido de zelo doutrinário, porém isso não quer dizer que o tal não forneça material essas pessoas. Eu não o conhecia até um mês atrás, quando ele afirmou que a "bíblia atrapalha a palavra de Deus". Outro vídeo que vejo ele começando a pregação falando que "você é igual a Deus" ou algo do tipo. 
   Entrando um pouco mais no mérito da discussão e afirmação eu diria o óbvio, que ele está ERRADO, mas não vou aqui colaborar com qualquer espécie de linchamento. Eu entendo que o Assunto Soberania de Deus e responsabilidade humana são difíceis de compatibilizar, são complicados de se pensar em termos lineares e humanos. Esse é o típico assunto que foge a nossa compreensão e linguagens. O "pecado original' que leva a esse tipo de afirmação burra e herética é quando nós achamos que podemos entender e explicar coisas que a bíblia não explica, apenas afirma, e quando ela afirma e não explica, cabe a nós receber por fé. O que não falta é soberba teológica de achar que pode explicar tudo, arrogância também é heresia. Muitos querem racionalizar o absurdo, Deus é um absurdo, a graça é um absurdo, somos salvos pelos absurdos inexplicáveis.
     Da mesma forma que é equivocado afirmar que "Deus não está no controle", é equivocado asseverar que o Homem é um autômato, ou seja, alguém que não tem opções. Então o homem tem opções? Sim, toma escolhas? Sim, ele tem "livre-arbítrio"? não, a bíblia não dá margem para "livre-arbítrio", mas como se explica essa responsabilidade humana? não sei, mas a escritura afirma. Você acha que para Deus estar no controle significa intervir diretamente em tudo? não, acredito que soberania de Deus consiste em saber de tudo, conhecer tudo, e intervir a hora que quiser. Percebe como são coisas difíceis de digerir e entender? então entendo a tentativa dele, mesmo errada, mesmo equivocada, flertando com heresias, pois não é só ele que tem problemas com isso, muitos bons caras passaram a vida tentando entender, séculos de debate e não esgotam o tema, prefiro beneficiar as pessoas com a dúvida e com boa vontade, olhando com misericórdia e tentando não matar ele, mas oportunizar quem sabe uma mudança, uma melhora, um diálogo, etc.
    Sinto que com essa exposição eu possa desagradar, não satisfazendo a ânsia condenatória presente no coração dos zelotes presentes em nosso meio. Sinto não corresponder as taras e obsessões dos racionalizadores de tudo, daqueles que pretendem fazer de Deus um homem um pouquinho melhor, o qual sou capaz de prever quase todos os seus movimentos e seus caminhos.


Que Deus soberanamente nos Abençoe!