Existe Bibliolatria?

   
 Olá! nesse texto bem rapidamente quero tratar daquilo que creio quando o assunto é bíblia, sim bíblia como palavra de Deus inspirada e a forma como devemos encarar essa inspiração  para que ela tenha a importância que lhe é dada, pois Paulo diz em 2 Timóteo 3.16: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino (...)”. Não podemos relativizar o seu valor, porém não podemos idolatra-la e fazer dela um tipo de alcorão para cristãos, por isso quero discutir nesse texto o conceito de Inspiração em que creio, Portanto vou pular a parte aonde diria que a bíblia é palavra de Deus e não nasceu meramente  por vontade ou por decisão humana (Pois acho isso indiscutível) e ir logo para a definição que me parece mais coerente.
      O reformador Martinho Lutero não cria no conceito assim chamado de "inspiração verbal", que significaria que Deus soprou cada palavra, cada construção e formulação verbal estando os escritores como "fora de si" mais ou menos no estilo "chico xavier psicografando". Creio e não estou sozinho ao crer nisso que os escritores bíblicos  escreveram "ao seu jeito" as coisas que viram e ouviram, usando sua percepção limitada, dentro do tempo e espaço, ou seja, Deus usou pessoas concretas, de carne e osso, e não meramente "cavalos" para transmitir suas mensagens.
      Muitas pessoas crêem na inspiração verbal da bíblia valorizando muito mais o que está escrito do que o sentido daquilo que está dito no texto, isso cria problemas de sacralização da letra em detrimento de seu significado, os escritores do novo testamento não tinham essa intenção ao escrever e isso é muito óbvio, escreveram textos que não imaginavam que seriam lidos dois mil anos depois. A Bíblia tem erros humanos de pequenas discordâncias nas narrativas, de traduções (pois não temos originais e sim cópias), e de escrita, pois nem todos dominavam muito a língua grega, Alguns acham que admitir isso é relativizar o teor divino das escrituras colocando-a como livro comum, mas ao contrário acho que isso a torna mais divina ainda, pois a mensagem da salvação em cristo não foi comprometida e o testemunho dos primeiros cristãos é verídico a partir da leitura de atos.
     Tomemos cuidado, pois temos vistos movimentos de todos os lados falando de “palavra de Deus”, “lei de Deus, “vontade de Deus” que são na verdade dogmatistas, letristas, legalistas, exclusivistas,  que acham que bíblia e Deus são sinônimos, ou que bíblia e evangelho são a mesma coisa (outra distinção forte na teologia de Lutero). Como eu não acredito na clareza das minhas palavras “inspiradas” rsrsrs, deixarei  textos que reiteram esse posicionamento.



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