O reformador Martinho Lutero não cria no
conceito assim chamado de "inspiração verbal", que significaria que
Deus soprou cada palavra, cada construção e formulação verbal estando os
escritores como "fora de si" mais ou menos no estilo "chico
xavier psicografando". Creio e não estou sozinho ao crer nisso que os
escritores bíblicos escreveram "ao seu jeito" as coisas que
viram e ouviram, usando sua percepção limitada, dentro do tempo e espaço, ou
seja, Deus usou pessoas concretas, de carne e osso, e não meramente
"cavalos" para transmitir suas mensagens.
Muitas pessoas crêem na
inspiração verbal da bíblia valorizando muito mais o que está escrito
do que o sentido daquilo que está dito no texto, isso cria problemas de
sacralização da letra em detrimento de seu significado, os escritores do novo
testamento não tinham essa intenção ao escrever e isso é muito óbvio,
escreveram textos que não imaginavam que seriam lidos dois mil anos depois. A Bíblia
tem erros humanos de pequenas discordâncias nas narrativas, de traduções (pois
não temos originais e sim cópias), e de escrita, pois nem todos dominavam muito
a língua grega, Alguns acham que admitir isso é relativizar o teor divino das
escrituras colocando-a como livro comum, mas ao contrário acho que isso a torna
mais divina ainda, pois a mensagem da salvação em cristo não foi comprometida e
o testemunho dos primeiros cristãos é verídico a partir da leitura de atos.
Tomemos
cuidado, pois temos vistos movimentos de todos os lados falando de “palavra de
Deus”, “lei de Deus, “vontade de Deus” que são na verdade dogmatistas, letristas,
legalistas, exclusivistas, que acham que
bíblia e Deus são sinônimos, ou que bíblia e evangelho são a mesma coisa (outra
distinção forte na teologia de Lutero). Como eu não acredito na clareza das
minhas palavras “inspiradas” rsrsrs, deixarei
textos que reiteram esse posicionamento.
Belo texto.
ResponderExcluirMagnífico
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